24 de março de 2009

Festival de jegue de Itabi: cotidiano, festa e lazer
Beatriz Resende


A festa tem o poder de modificar a rotina de uma cidade, mais que isso ela reflete o que a sociedade pensa de si mesma. Esse sentido se aplica a pacata cidade de Itabi/SE, na qual o Festival do jegue, tida como sua principal festa, tem força suficiente para modificar a rotina dos habitantes do município, principalmente durante o mês de setembro no qual acontece a festa.
O jegue é um animal presente no cotidiano itabiense, ligado ao mundo do trabalho, convivendo este com a evolução da cidade, assim como foi em tantas outras cidades nordestinas. De acordo com o dicionário Houaiss o jumento é um mamífero perissodátilo pertencente à família dos eqüídeos. Como animal doméstico é usado para trabalhos diversos. No nordeste brasileiro é considerado símbolo de força e resistência.
Como o passar dos anos o animal foi perdendo espaço com a introdução da tecnologia no mundo rural, e aos poucos foi sendo substituído pelas motocicletas, por exemplo. O jegue perdeu seu valor no mercado e sua função social chegando a custar em alguns lugares, apenas um real, isso quando não são abandonados nas estradas ficando a própria sorte. Na década de 1970 a carne do animal passou a ser exportada para consumo em paises como Japão e Bélgica.
Eis que em julho de 1979, o Festival de jegue de Itabi teve sua primeira edição. Durante os três dias de festival, o animal presente no cotidiano itabiense, torna-se uma estrela, transforma-se em objeto focal, funcionando como pólo de agregação da população e símbolo de identidade local (Guarinello,2001).
O município Itabi teve sua emancipação política decretada em 25 de novembro de 1953 e hoje possui cerca de 5.000 habitantes. É uma cidade jovem com 54 anos de emancipação e quase trinta anos de Festival do jegue, cabe aqui observar que a festa tem mais da metade da idade da cidade. Sendo assim a identificação entre cidade e festa é extremamente pertinente. Ao ponto da cidade ser reconhecida em todo estado e até mesmo fora dele como “Terra do jegue”.

3 comentários:

  1. Realmente os 30 anos do festival de jegue de itabi, foi excelente, o prefeito Dr.Rubens Feitosa, está de parabens, por manter esta tradição.
    José Paulo Aragão Lima

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  2. Essa festa é uma das mais autênticas manifestações culturais do povo sergipano.

    É expressão popular que ultrapassa os entraves políticos, financeiros e sociais, necessitando apenas do entusiasmo e criatividade das pessoas.

    Avante Itabi, não tive ainda a oportunidade de conhecer esse município, mas conheço a força e a beleza do seu povo acolhedor.

    Thiago
    Aracaju/SE

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  3. Gostei do artigo sobre a divulgação da minha cidade natal. Mais ainda por que vejo uma análise de cunho científico sobre o Festival do Jegue. E é exatamente isso que falta em Itabi: pensadores conterrâneos que analisem os fenômenos, à luz das ciências, que ocorrem na fantástica terra do jegue. Parabéns!!

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