25 de junho de 2009

Forrócaju 2009 - Reportagens especiais

Socióloga pesquisa evolução do Forrócaju
Informações foram coletadas em entrevistas, reportagens, materiais publicitários e fotos


Por Priscila Viana (estagiária)


A origem, as danças, a dinâmica cultural e a evolução do Forró Caju são o foco de uma pesquisa realizada pela socióloga licenciada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Vanessa Garcez. Desde 2006, na época da graduação, ela estuda os aspectos da festa mais popular de Sergipe e coleta informações através de entrevistas, levantamento histórico de reportagens, materiais publicitários e fotos. Atualmente, o tema está sendo aprofundado na monografia de conclusão do curso de bacharelado em ciências sociais.

O São João de Aracaju despertou seu interesse quando ainda era estudante, por meio da orientadora, a antropóloga Eufrázia Cristina Menezes, do Departamento de Ciências Sociais da UFS. "Em 2006, Eufrázia me chamou para pesquisar com ela os festejos juninos em Aracaju. As atividades foram divididas entre Priscila Santos Silva, minha companheira de estudos, e eu. Por meio do Programa de Iniciação Científica [Pibic], eu comecei a pesquisar o Forró Caju e ela, a rua de São João", explica Vanessa.

A primeira pesquisa, feita em 2006, consistiu numa etnografia sobre a participação do público e a comunicação do corpo durante o evento junino. "No primeiro momento, estudamos as performances culturais que ocorriam no Forró Caju, trabalhando com a questão antropológica. É interessante ver como os diferentes grupos sociais se inserem na mesma festa", revela.

Os estudos logo resultaram na criação do grupo de pesquisa ‘Ritual, Festas e Performance', coordenado pela professora Eufrázia. "Foi a partir desse grupo de pesquisa que eu fiz o recorte para a monografia. Continuei com os estudos sobre o Forró Caju, só que com outro foco", conta a socióloga.


Pesquisa


No primeiro capítulo de sua monografia, Vanessa aborda a história do Forró Caju e os elementos que foram incluídos no evento ao longo das edições. A comemoração oficial surgiu em 1993, mas, segundo a pesquisadora, o embrião da festa já se desenvolvia alguns anos antes. "Encontrei várias referências indicando que a festa foi criada no ano de 1986, mas com o nome de ‘Arraiá do Povo'. Na época, a prefeitura montava vários arraiais espalhados pelos bairros da cidade", relata.


Segundo os estudos, em 1993 os festejos ainda eram comemorados de forma pouco centralizada e o evento não tinha o porte de hoje. "No início, a festa só tinha o palco normal e tudo era muito focado na apresentação de quadrilhas juninas, cantores locais e grupos regionais. Mas já existia a presença de alguns cantores de renome nacional, como Elba Ramalho, por exemplo", explica.


À medida que foi recebendo novos elementos, o então ‘Arraiá do Povo' mudou de feição e migrou para outros locais. Em 1994, a festa aconteceu em dois espaços diferentes: na praça Fausto Cardoso e no Parque da Sementeira, onde foi realizado o Fest Country Forró Caju, na tentativa de agregar a essência das festas country com atividades como o hipismo, por exemplo. "Mas não deu certo", lembra Vanessa.
"Em 1996, a administração municipal potencializou o evento e criou um arraial maior, na praça Fausto Cardoso. Já em 2000, a festa começa a ter um formato diferenciado e migra para a região dos mercados", complementa. No entanto, a socióloga Vanessa explica que o Forró Caju ganhou proporções mais destacadas somente em 2001.


Novos elementos


Com novo formato, a festa conquista mais status, atrai turistas de diversas partes do país e se transforma no evento mais popular da cidade. "Em 2001, novos elementos são agregados ao Forró Caju, como a Marinete do Forró, o Fórum do Forró e exposições fotográficas, entre outros. Constitui-se, então, um grande empreendimento turístico e econômico", explica.


Com o levantamento histórico, as entrevistas e a análise de material publicitário, Vanessa explica, em sua pesquisa, as diversas adaptações ao contexto político, econômico e social em que a festa se realiza, desde o início. "Em muitos momentos, a orientação do evento vai dialogando com os contextos específicos de cada época. Em 2000, o tema foi ‘Eu Amo Aracaju', que pertencia à prefeitura da época. No ano seguinte foi ‘Eita chamego bom'", afirma.


Mas, de acordo com a pesquisadora, o mote mais famoso viria dois anos depois. "Em 2002, o tema foi ‘Uma festa para todos', que se repetiu em 2004. Em 2005, na comemoração dos 150 anos de Aracaju, o nome foi ‘Essa festa vai ficar para a história'; e no ano seguinte, com a Copa do Mundo, ‘Essa festa é campeã'. Então, sempre existiu uma relação entre a festa e a situação histórica da cidade", explica.


Disponível no site - http://www.aracaju.se.gov.br/forrocaju/index.php?act=noticia&codigo=38169
Fonte: Agência Aracaju de Notícias

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